Turismo na Estrada Real: Características Gerais

Desde o ano de 2001 existe o projeto Estrada Real. Idealizado pelo instituto que carrega o mesmo nome, representa unidade sem fins lucrativos que foi criada por FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais). Possui objetivo de valoriza o patrimônio histórico-cultural no sentido de revitalizar as intituladas estradas reais.

Estrada Real Sentido Rio – Minas

Em termos gerais o conceito do projeto está relacionado com o aproveitamento da rota utilizada pelos antigos colonialistas e escravos para conduzir pelo litoral e zona interiorana do Rio de Janeiro. Caminho que se segue de maneira direta para o território de Minas Gerais. As estradas cobrem as seguintes regiões

  • 01: Vales do rio Doce;
  • 02: Rio das Mortes;
  • 03: Rio das Velhas;
  • 04: Núcleo Minerador de Vila Rica (Ouro Preto);
  • 05: Núcleo Minerador Nossa Senhora do Carmo (Mariana);
  • 06: São João d’El Rey;
  • 07: Nossa Senhora da Conceição do Sabará;
  • 08: Arraial do Tijuco (Diamantina);
  • 09: Vila do Príncipe (Serro);
  • 10: Vila Nova da Rainha (Caeté);
  • 11: Vale alto do rio Jequitinhonha;
  • 12: Núcleo minerador da Vila do Infante da Nossa Senhora da Pitangueira.

Caminhos da Estrada Real

O projeto original considera que os caminhos estão espalhados por quase 1,5 mil quilômetros. O Caminho Velho é considerado como mais antigo. Ele liga o litoral do Rio de Janeiro (Paraty) com a cidade de Ouro Preto, em Minas Gerias. Nos caminhos, viajantes passar por regiões como Tiradentes, São João d’El Rei e Cunha. Por outro lado, o Caminho Novo existe no sentido de ligar Ouro Preto com o porto do Rio de Janeiro. Ele liga a região de Ouro Preto com Diamantina, ambas situadas em Minas Gerais. Por fim, existe o Caminho do Sabarabuçu, que liga a parte de Altas com Glaura, também situados em Ouro Preto, considerada como uma das principais cidades históricas do Brasil. A variantes tem como referência da serra da Piedade e o rio das Velhas.

Caminhos da Estrada Real

Caminhos da Estrada Real

Estrada Real: Caminho Velho

Nas épocas coloniais servia como via de acesso à região de Minas Gerais. A história aponta que o caminho remonta as antigas trilhas indígenas utilizadas pelos índios peabiru. Era utilizada também pelos guaianás no sentido de para atingir o vale do rio Paraíba, que atravessava a serra do Mar. Martim Correia de Sá seguiu pelo caminho com cerca de setecentos portugueses e dois mil índios para explorar a região. Partiram do Rio de Janeiro em 1597 no sentido de desembarcar em Paraty e subir a serra do Mar para entre em combate contra os aliados dos franceses que avançavam o domínio da região. No final do século XVII, com a descoberta de jazidas de ouro no sertão de Minas Gerais o trajeto do Caminho Velho alcançava a vila do Falcão, hoje em dia conhecida como Cunha. Estendia-se para alcançar a Vila Rica. O local foi transformado em caminho oficial para os ingressos de escravos na região para o escoamento do ouro nas minas. O conteúdo era transportado via mar para a região de Sepetiba, na sequência para a Fazenda de Santa Cruz antes de checar no Rio de Janeiro, local no qual seguia para a região de Lisboa, capital de Portugal.

Na época do Brasil Colonial a via se estendia por mais de 1,2 mil quilômetros. Com cavalos demoravam cerca de noventa dias para a realização das travessias. A parte entre Cunha e Guaratinguetá representa a rodovia SP-171 da atualidade. No caminho o governado Artur de Sá e Menezes, governador da Capitania do Rio de Janeiro entre 1697 e 1702, se dirigia para o sertão dos Cataguás. No ano de 1700, esta representou a primeira visita feita por autoridades da coroa portuguesa na região de Minas que em meados tinham acabado de serem descobertas. Em consequência dos riscos eminentes relacionado com os ataques de corsários o reio D. João V recomendou a substituição imediata do trecho marítimo realizado entre Paraty e Sepetiba, no ano de 1728. Neste sentido, no século XVIII já existiam grandes variedades de caminhos para fazer a trajetória. Foi aberto o Caminho Novo de Piedade, que partia do Rio de Janeiro e fazia o caminho para a Fazenda de Santa Cruza, alcançando assim o vale do rio Paraíba, local no qual a trajeto se encontrava com o Caminho de São Paulo, local no qual está situada a cidade de Lorena em épocas moderas.

Estrada Real: Caminho Novo

O Caminho de Garcia Rodrigues Pães, conhecido também com Caminho Novo, representou alternativa para a trajetória precária e perigosa existente no Caminho Velho, em grosso modo por causa das constantes ameaças dos corsários. No ano de 1698, Artur de Sá Menezes escreveu ofício para a coroa portuguesa no sentido de alertar sobre a necessidade de abrir novos caminhos para chegar das zonas do sertão da região rica em ouro. No ano seguinte chegou a autorização concedida pela família Real, documento tipo carta-régia. O filho de Fernão Dias, Garcia Rodrigues Paes, foi o bandeirante encarregado em abrir novos caminhos. Paes estava trabalhando como sesmeiro em duas roças da região quando recebeu o convite. Após diversas diversidades encontradas no caminho, no ano de 1700 o sertanista conclui o caminho para os pedestres. A via central foi construída no ano de 1707 para facilitar o acesso de animais de carga e explorando o privilégio dos pedágios. A trajetória poderia ser feita em menos de um mês, velocidade superior dos noventa dias existentes no Caminho Velho.

As viagens feitas no Caminho Novo se iniciavam no centro histórico do Rio de Janeiro, precisamente na parte antiga dos Cais dos mineiros, entre a atual praça XV de Novembro e o sopé do morro em São Bento. Depois de escalada na ilha do Governador os exploradores navegavam até o fundo da baía de Guanabara. O desembarque acontecia no porte de Pilar do Iguaçu. A partir deste ponto a travessia deveria ser executada a pé, algumas vezes com mulas ou cavalos. Garcia Rodrigues tentou, mas não conseguiu encontrar terrenos menos íngremes. Vale ressaltar que a subida entre Xerém e Paty do Aferes acontecia com difícil acesso. Diversas cargas eram perdias porque caíam nos despenhadeiros. Sem contar que a região não era mais segura. Estava repleta de ataques indígenas e bandidos.

Artigo escrito por Renato Duarte Plantier

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Categoria(s) do artigo:
Atrações Turísticas

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