Parque Nacional da Restinga da Jurubatiba

A Restinga

A restinga é um tipo de formação geológica e vegetal que se estende pela região litoral. Trata-se de uma planície costeira arenosa, de origem marinha,  que inclui a praia, cordões arenosos, dunas de areia, etc. A vegetação é extremamente adaptada para o tipo de clima e solo e condições ambientais no geral.

A vegetação depende muito mais das condições do solo do que do clima e é por isso que muitas vezes não conseguimos observar a presença de qualquer vegetação, mesmo que rasteira, em algumas praias, pois a poluição e influência humana impedem que as espécies consigam se desenvolver ali. A restinga é menos rica e diversa do que outras formações e biomas brasileiros, também é extremamente frágil e por isso são normalmente protegidas por lei, como em reservas e parques.

Na restinga os estágios da sucessão ecológica ficam nítidos e diferem de formações ombrófilas e estacionais. A reposição é lenta, com algumas espécies predominantes. Em restingas brasileiras as vegetações diferem desde formações rasteiras e herbáceas, até pequenos arbustos e também mata com dosséis variados em altura, formando extratos, mas geralmente não ultrapassam os 20m.

Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba

Este parque situa-se no norte do estado do Rio de Janeiro, muito próximo a Macaé, Carapebus e Quissamã. O Parque de Jurubatiba é um dos poucos parque brasileiros onde é realmente possível observar a preservação da natureza junto à população pesqueira, que trabalham de forma sustentável e com respeito ao meio ambiente. Esses pescadores fazem parte de 25 famílias que tiveram permissão do governo para continuar exercendo a pesca no local, que possui uma rica variedade de peixes regionais.

O objetivo geral da reserva é ser uma Unidade de Conservação (UC). UC é a denominação dada pelo Sistema Nacional de Conservação da Natureza pela Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, para as áreas naturais que são protegidas por suas características ambientais especiais. São espaços e recursos, incluindo águas, legalmente instituídas pelo poder público com objetivo de conservação. Com limites definidos, sob regime do estado, ao qual se aplicam garantias de proteção pela lei.

A função da criação desta UC foi proteger os remanescentes da restinga do norte fluminense e das lagoas costeiras, e também possibilitar pesquisas, além de ações de educação ambiental e recreação com contato com a natureza, e claro, o turismo ecológico. É muito importante para a conservação desta área que seja impedido a degradação ambiental pela indústria petrolífera local.

Criação do Parque

O Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba como Unidade de Conservação Federal foi criado em 29 de abril de 1998, limitando 14.922,39 hectares de Terra, 44Km de costa e 18 lagoas costeiras, em proteção ambiental. O nome do parque é um termo de origem tupi. Jurubatiba significa ajuntamento de jeribás.

A lei protege áreas de restinga do município de Macaé, Quissamã e Carapebus, associados ao bioma Mata Atlântica, com diversas espécies de fauna e flora, com muitas ameaçadas de extinção. Um ecossistema extremamente frágil e vulnerável. Além da proteção, a criação promoveu investimento no turismo ecológico, a fim de desenvolver a educação ambiental na população para que aprendam a respeitar e cuidar de um dos ecossistemas mais ameaçados do nosso país, com pouquíssimas áreas nativas restantes.

Como Chegar

Saindo da cidade do Rio de Janeiro, o aceso é pela rodovia BR-101, seguindo pela rodovia Amaral Peixoto Rj-106 ou Via Lagos. Percorra 200 Km no sentido Macaé e terá o acesso. O acesso ao parque pode também ser feito pela ponte Rio-Niterói, seguindo até o trevo de Macaé e Cabiúnas, com um acesso não asfaltado. Ou ainda, pode seguir por estrada de campo no sentido de Quissamã por 60Km.

Entrada

Visitantes no Parque Nacional da Restinga

A entrada é gratuita para turistas que não querem um passeio guiado ou sem carro para trilha. Também é gratuita para crianças com idade abaixo de 12 anos e idosos com idade acima de 60 anos que residem permanentemente no Brasil.

A entrada também é gratuita para estudantes acompanhados da escola ou instituição de ensino, além de pesquisadores da ICMBio e populações tradicionais extrativistas beneficiárias da UC.

Para os demais a entrada custa 5,50 reais. O parque fica aberto para visitações no ano todo mas o pico de visitação, onde há um grande número de turistas e pesquisadores, é no verão. Os passeios podem ser feitos de quinta à domingo, e também feriados e datas comemorativas. O parque fica aberto das 8 às 16h.

Os contatos são: telefone em Macaé (22) 2765-6024, em Quissamã (22)24922252/2253. Ou também pelo e-mail parnajurubatiba@icmbio.gov.br.

Fauna e Flora do Parna da Restinga de Jurubatiba

Fauna e Flora do Parna da Restinga de Jurubatiba

Entre a fauna protegida que pode ser observada na UC, podemos destacar algumas espécies típicas muito importantes, desde peixes, répteis, muitas aves e também alguns mamíferos.

Os peixes mais vistos são os Acará, Bagres, Carapeba, Robalo, Tainha, Traíra e Barrigudinho. De répteis destacamos o famoso Jacaré do papo amarelo, a grande jiboia e o Cágado do Brejo. As aves, dentre as mais de 140 espécies já identificadas, estacamos o papagaio chauá, o Sabiá da Praia, os Maçaricos, Jaçanãs, as Garças, os Frangos-d’água, o Gavião, Maguari, Carões e os Socós. E os mamíferos mais famosos do parque são as lontras, as capivaras, o cachorro do mato, muitos roedores e os marsupiais.

A flora é bem variada, pois abrange formações vegetais que vão desde a vegetação rasteira típica da praia, até florestas densas e altas que ficam nas áreas mais distantes do mar. As formações vegetais que podem ser encontradas no Parque são: praial graminóide (herbáceas rasteiras na beira da praia); pós-praia (arbustiva fechada); arbustiva aberta de Clusia; arbustiva aberta de Ericácea; mata de restinga (periodicamente inundada); mata paludosa (permanentemente inundada), mata de cordão arenoso (nas regiões mais úmidas entre as dunas); arbustiva aberta de Palmae; graminóide com arbustos (herbácea brejosa) e formação aquática.

Atrações e Atividades

Além de observar a natureza em seu estado natural, nativo, conservado, com fauna e flora típicas, há algumas atividades que os turistas podem realizar e participar. Por exemplo, diversas trilhas que podem ser realizadas por bugre ou carro tracionado. Em uma dessas trilhas, que é feita na área da Lagoa Preta, é possível se banhar na lagoa.

Também há passeios de barcos entre as lagoas e Carapebus e Paulista, passando por uma área totalmente preservada no canal Campos-Macaé. Ou ainda passeios de caiaque em diversas lagoas do parque. Muitos passeios podem ser guiados por um profissional experiente e treinado que, além de guiar os turistas, ensina sobre educação ambiental e sobre a fauna, flora, geologia e hidrologia da UC.