O Brasil possui no total 5.570 cidades, onde cada uma possuindo sua cultura e traços próprios. Com um país tão grande é muito difícil que alguém conheça ao menos 10% do total das suas cidades, isso se deve ao fato de que parte das cidades não possui atrativos turísticos tão interessantes, mas mesmo retirando esses municípios, ainda existe uma lista enorme de opções.
Por isso, quando as pessoas decidem fazer uma viagem, podem fazer algumas perguntas para descobrir que local deseja visitar. Uma das dúvidas pode ser a seguinte: Qual é a cidade mais moderna do Brasil?
Caso essa dúvida apareça, é necessário primeiro compreender o que é uma cidade moderna:
O Que É Uma Cidade Moderna?
Existem alguns conceitos diferentes de uma cidade moderna, vamos conhecer qual cidade do Brasil se encaixa em cada um deles:
Cidade Sustentável
As áreas focadas no meio ambiente consideram as cidades sustentáveis as mais modernas, sendo essas as cidades que se preocupam tanto com os aspectos ambientais, como água, energia, poluição, saneamento básico, descarte de resíduos, quanto com os aspectos sociais, como mobilidade, educação, saúde, pobreza e geração de empregos.
A Cidade Mais Sustentável Do Brasil: Curitiba (pr)
Considerada um ótimo lugar tanto para se viver quanto para passear, Curitiba realmente é um destaque extremamente positivo.
A capital paranaense é um local muito interessante, sendo destaque no Brasil e mundialmente com a sua preocupação com a preservação ambiental e a mobilidade, possuindo diversos projetos diferentes em relação à vida sustentável.
Possui um dos sistemas de transporte públicos mais engenhosos do Brasil, onde as pessoas tem acesso a um serviço de qualidade, rápido e confortável. Possui linhas de ônibus coloridas para facilitar a identificação, estações de embarque em vários pontos e ônibus biarticulados.
Além da mobilidade, conta com forte preservação ambiental, possuindo a melhor qualidade de ar de todas as capitais brasileiras, 36 áreas de preservação, e uma área de 64 metros quatros por habitante da cidade.
O Que Fazer Em Curitiba?
O que não faltam são atrações turísticas interessantes na cidade, havendo muitos pontos animados, outros tranquilos, sendo possível agradar todos os tipos de turistas. É importante destacar que grande parte dos pontos turísticos da cidade possui entrada franca. Confira os principais:
- Centro histórico;
- Jardim Botânico;
- Museu do Oscar Niemeyer;
- Ópera de Arame;
- Parque Tanguá;
- Parque Barigui;
- Bosque Alemão;
- Mercado Municipal;
- Torre Panorâmica;
- Zoológico Municipal de Curitiba.
Cidade Criativa
Para quem está relacionado a área da cultura, as cidades modernas são aquelas criativas, que possuem diversas atividades artísticas, culturais, fomentando o turismo do local. Além disso, tem ligação com as universidades, tecnologia e ciência desenvolvida na cidade nas mais diversas áreas dentro das exatas, humanas e biológicas.
Esse tipo de cidade possui combinações que atraem talentos, promovendo uma alta diversidade social no local, atraindo turistas e também moradores, o que melhora a economia da cidade, e consequentemente, a sua economia e qualidade de vida.
A Unesco possui um ranking com diversas cidades criativas espalhadas pelo mundo e oito delas são brasileiras, sendo as seguintes: Belém (PA), Florianópolis (SC) e Paraty (RJ), são cidades que entraram para a lista integrando o campo que é relacionado a área da gastronomia; Brasília (DF) e Curitiba (PR), foram consideradas modernas em relação ao design; João Pessoa (PB), é uma cidade criativa em relação as artes folclóricas e ao artesanato em; Salvador (BA), está na lista no campo da música; e Santos (SP), integra o campo do cinema.
Todas essas cidades possuem incríveis atrativos turísticos, sendo opções de viagens bem comuns entre os brasileiros e estrangeiros que visitam nosso país.
Pontos Turísticos Das Cidades Criativas:
- Belém: Mercado municipal, Forte do Castelo, Museu Paraense Emílio Goeldi, Palacete das Onze Janelas, Parque Zoobotânico Mangal das Graças, dentre outros.
- Florianópolis: praias (praia da Joaquina, praia mole, praia lagoinha do leste, praia Brava, etc), Fortaleza de São José da Ponta Grossa, ponte Hercílio Luz; dunas da Joaquina, dentre outros.
- Paraty: Centro Histórico, praias (praia do sono, praia da lula, praia da Ilha do Pelado, praia do Jabaquara, etc), cachoeiras, Casa da Cultura de Paraty, dentre outros.
- Brasília: Catedral Metropolitana Nossa Senhora, Palácio do Alvorada, Congresso Nacional, ponte Juscelino Kubitschek, dentre outros.
- João Pessoa: praias (Praia do Jacaré, Praia de Cabo Branco, etc), farol na praia de Cabo Branco, jardim zoobotânico Arruda Câmara, Parque Estadual Marinha da Areia.
- Salvador: Mercado Modelo, elevador Lacerda, Igreja e Convento de São Francisco, Basílica Senhor do Bonfim, praias (Ilha dos Frades, praia do Porto da Barra, Baía de Todos os Santos, etc), dentre outros.
- Santos: praias (Praia Branca, praia Gonzaga, etc), Museu do Café, Aquário Municipal de Santos, dentre outros.
Cidades Inteligentes
Classificadas como modernas, as cidades inteligentes são as que fazem uso de tecnologias no campo da Informação e Comunicação para implantar mudanças no seu meio social, como monitoramento ambiental, controle de trânsito, melhoras na saúde, educação e segurança de seus cidadãos.
Curitiba é considerada a tempos e pela maioria da população, a cidade mais inteligente do Brasil, mas um ranking feito em 2019 colocou a cidade de Campinas, de São Paulo, como a cidade mais inteligente do país.
O ranking que cria tal classificação é chamado de “Connected Smart Cities”, e classifica as cidades de acordo com onze eixos diferentes (mobilidade, urbanismo, meio ambiente, tecnologia e inovação, saúde, educação, empreendedorismo, governança economia, segurança, energia), totalizando mais de 70 indicadores.
As outras cidades que integraram o ranking foram (por ordem de classificação): São Paulo, Curitiba, Brasília, São Caetano do Sul, Santos, Florianópolis, Vitória, Blumenau e Jundiaí.
O Que Fazer Em Campinas?
Localizada no interior de São Paulo, Campinas é um destino atraente, pois une a urbanização das grandes cidades, com o estilo de vida do interior. A cidade é muito agradável para os turistas, sendo os seus principais pontos turísticos:
- Lagoa do Taquaral;
- Passeio na Maria Fumaça;
- Catedral Metropolitana de Campinas;
- Bosque dos Jequitibás;
- Torre do Castelo;
- Bar do Carioca.
Considerando todas as classificações possíveis para cidade moderna, é possível notar que a cidade que mais aparece nos ranking é Curitiba, por isso, pode-se considerar que ela é, no geral, a cidade mais moderna do país.
A cidade de São Paulo é a metrópole mais moderna da América Latina e produz sozinha cerca de 10% de toda a riqueza do Brasil. Porém, nem sempre a grande cidade do Sudeste ocupou uma posição de destaque, aliás, isso é relativamente recente, a sua ascensão se deu na década de 1960. Se viajássemos no tempo e informássemos um paulista a esse respeito antes da metade do século 19 com certeza ele não acreditaria.
Hoje essa é a cidade com maior população do país, porém, no censo de 1872 contava com somente 31.385 moradores e estava sob constantes ameaças de esvaziamento. A cidade do Rio de Janeiro, que era capital do Brasil, tinha o maior número de habitantes, cerca de 274.972 seguida de Salvador com 129.109 e em terceiro lugar estava Recife com 116.671 habitantes. Mas, como foi que essa história mudou completamente?
São Paulo no Século 19
No século 19 a cidade de São Paulo ainda mantinha uma cultura majoritariamente agrícola e não parecia ter estímulos para crescer. Uma das questões mais prementes da capital paulista era encontrar uma forma de reduzir as dificuldades e custos do transporte dos produtos agrícolas até a cidade de Santos.
No século 19 houve uma grande transformação na economia nacional devido a transferência da Corte Portuguesa para a cidade do Rio de Janeiro em 1808. Com isso caiu por terra às restrições relativas a importações, comércio e agricultura permitindo o início da concorrência com produtos internacionais. O problema se tornou ainda mais grave quando as lavouras brasileiras entraram em decadência, em especial no Nordeste.
Ascensão do Café
Esse foi o contexto em que o café se tornou o principal produto da balança comercial brasileira dando um poder até então nem imaginado para a cidade de São Paulo. O pioneiro na plantação de café em São Paulo foi o militar José Arouche de Toledo Rendon que iniciou o cultivo em seu sítio chamado “Casa Verde” que inclusive nomeia o bairro formado no seu entorno.
Na primeira fase de expansão do café no Brasil, a cidade de São Paulo, não usufruiu de benefícios verdadeiros, pois o crescimento ficou limitado ao Vale do Paraíba. A partir da década de 1860 houve decadência da produção do Vale do Paraíba devido ao intenso desmatamento selvagem e plantio sem nenhum critério.
No período entre os anos de 1861 e 1870 o café atingiu a marca de 29,103 milhões de sacas de café, número que subiu para 51,631 milhões de sacas na década seguinte. Grande parte dessa produção era paulista. O Brasil passou a ser um dos maiores produtores de café no mundo e em torno de 70% dessa produção era paulista.
Capital do Capital Cafeeiro
Apesar de boa parte da produção de café do estado de São Paulo estar em cidades como Campinas e Ribeirão Preto foi em São Paulo que o dinheiro realmente frutificou atraindo empresários e trabalhadores de todo o país. A tecnologia foi uma grande aliada do crescimento de São Paulo. As estradas de ferro que foram construídas no século 19 contribuíram muito para o protagonismo da cidade.
No ano de 1852 houve o decreto de uma lei que oferecia benefícios para quem investisse em estradas. Finalmente encontrou uma solução prática e com custo menor para transportar a produção de café do interior até Santos. Antes o café era transportado no lombo de burros levando entre 3 e 4 semanas para chegar ao porto, com as ferrovias levava poucos dias. São Paulo finalmente estava integrada com outras capitais como o Rio de Janeiro.
Imigração: Parte Importante do Crescimento e Modernização de São Paulo
Em paralelo ao crescimento da produção cafeeira e construção das estradas de ferro se desenrolava outro importante acontecimento histórico, a pressão pela abolição da escravatura que seria concedida completamente no ano de 1888 através da Lei Áurea. Os barões do café tentaram evitar a abolição, mas chegou um momento em que precisaram aceitar que teriam que contratar mão de obra para trabalhar nas lavouras.
A ideia de trazer imigrantes europeus para trabalhar nas lavouras foi do fazendeiro e senador paulista Nicolau de Campos Vergueiro. Esse modelo de trabalho foi copiado por outros fazendeiros que obtiveram subsídios do governo. Muitos dos imigrantes, no entanto, tinham profissões urbanas na Europa e não conseguiram se adaptar a jornadas de trabalho exaustivas como as dos escravos e se mudaram para São Paulo em busca de melhores oportunidades.
Cerca de 65% dos imigrantes que chegaram ao estado de São Paulo entre os anos de 1885 e 1914 se mudaram para a capital que passou a ser formada basicamente por estrangeiros como portugueses, italianos, japoneses e espanhóis. A qualidade dos serviços prestados por esses imigrantes na capital ajudou a alavancar seu crescimento. Houve um encontro de pessoas bem qualificadas com o capital das famílias mais ricas do Brasil.
Industrialização: Essencial Para a Modernização
A industrialização brasileira teve início no século 19 nos estados do Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco, onde se encontrava maior parte da matéria-prima. Contudo, a cidade de São Paulo passou a frente nesse quesito sendo que sua primeira fábrica de tecidos foi fundada e 1872 e em 1895 já havia em torno de 52 fábricas. Essas fábricas eram em maior parte dedicadas as indústrias têxteis, cerveja, fósforos e chapéus.
O sistema de transporte eficiente e barato das estradas de ferro ajudou a tornar São Paulo uma escolha de muitos empresários. A população paulista também apresentava grande crescimento configurando um mercado bastante amplo. O grande número de operários na capital contribuiu para alavancar a indústria têxtil local afinal eram eles que consumiam os produtos enquanto a elite ainda usava roupas importadas.
Imigrantes Industriais
São Paulo ainda contou em sua história com uma série de imigrantes com grande talento industrial como o italiano Francesco Matarazzo que chegou ao país no ano de 1881 dando origem a um império. Para se ter uma ideia no ano de 1933 cerca de 45% das fábricas da cidade era de estrangeiros.
Fatores como a superprodução de grãos e a crise econômica de 1929 fez com que os fazendeiros dirigissem os seus investimentos do café para a indústria. Como a população crescia exponencialmente houve grande impulso no setor de construção civil para atender as necessidades de moradia dessas pessoas. A industrialização ainda se apoiou no grande potencial energético que duplicou no período entre os anos de 1930 e 1945.
Indústrias chamadas dinâmicas como as de mecânica, metalurgia, química entre outras passaram a ter participação dobrada no estado. Aos poucos isso fomentou também o aumento da atividade terciária, o comércio cresceu significativamente. A atividade financeira também foi expandida e universidades e centros de pesquisa foram criados. Tudo isso fez com que São Paulo se tornasse a maior cidade do Brasil no censo de 1960.
Diversificação
A capital paulista soube aproveitar o grande sucesso do café para impulsionar a sua diversificação econômica obtendo assim crescimento de outras atividades. Se tivesse se mantida focada apenas no café provavelmente não teria a relevância que possui hoje em dia. A velocidade de crescimento da metrópole tem sido reduzida nos últimos anos e sua economia está baseada no setor de serviços.
Hoje em dia o transporte de pessoas é o que precisa ter menor custo tornando São Paulo ainda um lugar interessante para o investimento e fortalecimento de boas ideias. São Paulo é a cidade mais moderna e mais rica do Brasil sendo um excelente destino de turismo e uma boa alternativa para se morar.