Argentina
A Argentina é um país localizado na América do Sul, é um dos vizinhos de fronteira direta com o nosso Brasil. Além do nosso país a Argentina faz fronteira também com o Paraguai, a Colômbia, o Chile e Uruguai.
É o segundo país de maior extensão territorial da região sul americana, perdendo apenas para o Brasil. No entanto, essa grande vastidão de terras da Argentina é muito refletida na cultura e costumes de seu povo. Sua extensão é muito vertical e por esse motivo também dentro de seu território são observados muitos tipos de paisagens diferentes e também de climas, microclimas, relevo e condições meteorológicas.
Quanto ao quesito cultural, apesar de em toda a Argentina a língua oficial ser o espanhol, há inúmeras variações linguísticas regionais altamente influenciadas pelos povos que migraram para a região. Em todo o país houve o período da colonização espanhola, que durou algumas centenas de anos e mudou completamente a região no seu antes e depois, uma vez que os espanhóis destruíram quase tudo que já havia no país e construíram muita coisa a seu próprio gosto trazendo influencias europeias para cá.
Após a revolução em que o povo argentino ganhou dos espanhóis e esses então tiveram que sair do país e voltar para Espanha, a Argentina passou um breve período bem destruída, primeiro em consequências das destruições e gastos relacionados à guerra e em segundo lugar que os espanhóis ao irem embora levaram grande parte de suas riquezas locais, praticamente depenaram o país.
Após esse período de estagnação e reconstrução, os governantes argentinos decidiram que era tempo de erguer novamente a sua nação, decidiram por atrair imigrantes para colonizar certas áreas vazias do país e assim contribuir com mão de obra, consequentemente movimentando a economia e causando uma retomada de crescimento local.
A grande maioria dos imigrantes que chegaram na Argentina no final do século XIX e início do século XX, foram em sua grande maioria da nacionalidade italiana, seguidos de alemães, com uma parcela menor de portugueses e até mesmo de espanhóis. Essa grande colonização veio para alterar ainda mais as culturas das diferentes partes do país, principalmente a região sul e centro sul que foram as que mais receberam europeus neste período.
Com isso, também houve muita colonização de áreas de campo, aumentou a produção de agricultura e se deu início, ainda que bem discretamente, aos cultivos de uva que posteriormente eram usados para produzir vinho. Apesar de ter começado nesta época, somente mais à frente é que a Argentina iria de fato adentrar na rota do vinho mundial, lugar que mantém até os dias de hoje.
Vale do Uco
Há muitas pessoas que nunca ouviram falar do Vale do Uco, apesar de já conhecerem e apreciarem muito o vinho argentino. Essa região é nada menos do que umas das principais regiões vinícolas não somente da Argentina ou da América do Sul, mas também de todo o mundo, ela está inserida dentro da famosa província de Mendoza.
É uma das regiões que mais movimenta a economia argentina nos dias atuais e ao contrário de outras localidades, como Bariloche e seu turismo de temporada, o turismo no Vale do Uco é permanente e se mantém em alta durante todo o ano. No entanto, não só de turismo vive a economia da região, mas também da produção e venda de vinhos, não só no âmbito local, mas também no âmbito global, já que a Argentina hoje exporta muito de sua produção.
Há muitos atrativos naturais no Vale do Uco, apesar de ter o atrativo gastronômico muito forte, com seus comes e bebes, a região não para por aí e dá aos seus turistas visões e paisagens realmente espetaculares. Não é para menos, afinal o Vale do Uco está à beira da imponente e bela Cordilheira dos Andes, o que garante ao seu passeio um charme a mais, já que pelo seu impressionante tamanho ela é vista de muitos lugares.
Uma outra curiosidade é que a região é chamada de vale por causa de um rio argentino que passa por ali e o qual foi um ponto base para o desenvolvimento da região. O rio em questão se chama Tunuyan, o qual também dá seu nome à uma cidade da região
Breve História- Vinícolas
Como já citado anteriormente, a Argentina foi colonizada por espanhóis, como é de conhecimento público a Espanha é um dos produtores mundiais de vinho, apesar de alguns outros países serem mais fortes no quesito produção e qualidade como é o caso da sua vizinha França, ela não deixa a desejar na parte de produzir bons vinhos.
Com a colonização espanhola vieram para a Argentina os primeiros pés de vinhos, trazidos da Europa pelos grandes navios. Desta forma, já no século XVI começaram a plantar a parreira de uva pela região. Inicialmente a produção era essencialmente para abastecer o mercado interno, tanto da própria Espanha quanto o mercado sul americano, ou melhor, abastecer os espanhóis que viviam aqui na América do Sul. É válido lembrar que a Espanha tem pouco espaço territorial, é um país consideravelmente pequeno, então uma ideia era induzir a produção de vinho nas colônias do novo mundo.
Quando houve a segunda grande colonização, no fim do século XIX e início do século XX, o cultivo da uva ganhou ainda mais espaço e mais investimento de trabalho da população, principalmente com a chegada em massa dos povos italianos, uma vez que a Itália é conhecida de longa data por seus maravilhosos vinhos e vinhedos. A partir de então houve um incremento na produção, o qual ao longo de todo o século XX foi crescendo a passos lentos, até seu grande boom mundial na década de 90 do último século.
A sua produção em grande escala e importação está ligada à sua história mais recente, como já dito, inicialmente o objetivo era o abastecimento dos mercados internos. Por muitos anos o foco da produção foi a larga escala, ou seja, foi a produção mais focada na quantidade, que no caso era alta, do que na qualidade do vinho em si. No entanto, nas últimas décadas essa história mudou e muito.
O século XX foi o período de ouro da expansão da produção de vinho argentina, uma das primeiras mudanças foi o aumento da variedade de uvas produzidas, uvas essas que foram trazidas ainda em sua forma de semente para a região, através dos novos imigrantes. Assim se deu uma grande variedade de uvas, o que consequentemente gerou uma maior ainda variedade de vinhos.
Esse quadro de produção foi se estabelecendo até que nos anos 90 do século passado, a Argentina, um país lá na pontinha do mundo, atingiu o título de ser o maior exportador de vinho em todo o mundo, considerando os países fora da Europa. Mesmo se considerarmos os países Europeus, ele fica atrás apenas de grandes nomes da história do vinho, como a França em absoluto primeiro lugar, a Espanha e a Itália.
Atualmente esse quadro já se alterou um pouco, pois entrou outro grande concorrente na história, os estados Unidos e sua região vinícola da Califórnia, principalmente, a região de Napa. O que deixou a atual Argentina ocupando a segunda posição entre os maiores exportadores fora da Europa.
Nos últimos anos, os governos locais e os próprios empresários viram o grande potencial que esta área poderia oferecer e assim iniciou-se o enoturismo argentino, principalmente na região de Mendoza. Nos últimos anos, que o peso argentino está em uma relação desvalorizada em comparação com muitas moedas do mundo, o vinho argentino de ótima qualidade está saindo muito mais barato aos seus compradores de todo o mundo.
Vinícolas
Mendoza é a principal província (estado) argentino de produção de vinho, dentro de seus limites territoriais existem algumas regiões delimitadas de produção, entre elas está a região do Vale do Uco. Essa região apresenta condições naturais que contribuem para o cultivo, crescimento e produção da uva, que consequentemente acaba por se transformar em vinhos de altíssima qualidade.
Mas o que têm nesta localidade que é tão apreciado pelas parreiras de uva? Uma uva para se desenvolver em um ponto ótimo para a produção de vinho, está atrelada à diversos fatores, é uma produção e um estudo minucioso para que as condições do local sejam perfeitas.
Entre os fatores mencionados estão a altitude, o padrão climático, o solo, a irrigação, entre outros. A altitude dessa região gira em torno de 1200 metros, uma vez que já está bem próxima à Cordilheira dos Andes, o que é um alto valor e isso favorece o crescimento da uva. O seu solo também tem características especificas favoráveis ao seu crescimento, como o grande fornecimento de água que ele leva às raízes.
Os dias na região em sua grande maioria contam com tempo aberto e bastante sol, apesar disso o sol não causa nenhum problema às plantas, até mesmo porque apesar da grande insolação as temperaturas não costumam ser muito altas, o que proporciona dias de brisa, com sol e sensação térmica amena. Dados meteorológicos informam que o Vale do Uco tem uma média anual que está na casa de 250 de sol durante o período de um ano, ou seja, 365 dias.
Mesmo com a grande insolação as noites na região costumam ser bem frias, atingindo temperaturas baixíssimas, mas isso não é visto como um problema para os produtores, uma vez que não há danos negativos nas parreiras de uva devido à essa especificidade, inclusive elas até são muito bem adaptadas a isso.
Muitos produtores do Vale do Uco optam por um método diferente de plantio, o método de intercalar a plantação de uva, com outros tipos de planta, no caso plantando outras frutas, que crescem e se desenvolvem muito bem. Essa prática em nada atrapalha as uvas, apenas lhe traz benefícios, uma vez que o sabor, cor e aroma da uva é muito influenciado pelas características do solo e do seu entorno, as frutas produzidas aqui, portanto influenciam no sabor da uva, o que lhe dá uma característica única e diferente dos outros vinhos argentinos.
No geral, os vinhos do Vale do Uco têm uma cor mais intensa, um aroma mais intenso e o mais importante, tem um sabor também mais intenso. O aroma em especial é muito diferenciado e influenciado pelas produções que crescem ao redor das parreiras de uva.
Nós temos o costume de falar das uvas e muitas vezes acabamos por nos esquecer que não existem apenas uma variedade delas, mas muitas, dentre as variedades cultivadas na Argentina estão: a uva do tipo Sémillon, a uva do tipo Malbec, a uva do tipo Bonarda, a uva do tipo Barbera, a uva do tipo Chardonnay e a uva do tipo Torrontés.
Essas são as principais no país vizinho, no entanto, não devemos nos esquecer de que o que colocou a Argentina na rota internacional do vinho foi principalmente a uva Malbec, seguida pela uva Chardonnay. A uva Malbec foi a grande especialização e a obra prima da família Catena, da bodega Catena Zapata.
A seguir falaremos um pouco mais sobre os dois principais tipos de uva que trouxeram a fama para essa região da América do Sul, que antes era vista apenas como um mercado produtor de vinhos de supermercado, vinhos a granel.
- Para falar da uva do tipo Malbec, inicialmente devemos dizer que essa é uma típica uva de cor roxa, com sua casca em um tom de roxo bem intenso. O vinho resultante dessa uva, assim como a fruta tem uma cor muito intensa e claramente é aplicada na fabricação dos vinhos da qualidade tintos. Na França, mais especificamente em Bordeaux, existem muitos cultivos de Malbec, vale lembrar que Bordeaux é considerado por muitos como a região mais importante de fabricação de vinhos no mundo. Na Argentina ela se saiu muito bem principalmente na região do Vale do Uco, onde milhares de hectares de terra tem essa variedade plantada.
- Para falarmos da uva do tipo Chardonnay, temos que esclarecer que essa variedade nasceu a partir de duas outras espécies de uva, surgiu através de um cruzamento artificial entre a espécie Gouais e a espécie Pinot Blanc. A partir dessa uva não se produz apenas uma, mas sim diversas qualidades de vinho, apesar disso ainda hoje os mais populares vinhos produzidos com a Chardonnay são os vinhos do tipo branco e também os famosos espumantes tão utilizados em celebrações e na virada do ano. Essa uva pode se comportar de maneira diferente dependendo da região onde está sendo cultivada e seu clima, isso influencia um pouco em seu sabor e também no seu aroma, nas regiões frias tem notas mais cítricas, nas regiões quentes tem tendência a ter notas mais tropicais, nesse caso a localidade onde foi cultivada é fundamental na hora da escolha do vinho, pois pode trazer diferenças significativas ao produto final. A América do Sul em geral se deu muito bem plantando essa variedade de uva, ela prosperou muito bem por aqui. No Brasil suas principais plantações estão no estado do Rio Grande do Sul, na Argentina a principal região produtora é também o Vale do Uco, assim como o Malbec.
Apesar dessas duas variedades serem as principais em relação ao lado comercial e a procura, existe uma outra espécie de uva que merece ser mencionada, ela é a uva Torrontés. Essa uva é do tipo branca, consequentemente produz vinhos brancos e uma curiosidade sobre ela é que ela só existe na Argentina, isso mesmo não existe em nenhuma outra região.
Normalmente dela se produz vinho seco, com um sabor muito característico e único, esse vinho é comumente combinado com pratos de comidas japonesas, mas pode ser um bom acompanhamento também para outros tipos de comida.
Enoturismo
O número de vinícolas argentinas, com toda a certeza passa dos 100, dentre elas são produzidos vinhos de todos os tipos e para todos os gostos, afinal a variedade de uvas é muito grande na nossa vizinha Argentina.
O mercado do enoturismo cresceu, na verdade ele explodiu e não só em cima das garrafas de vinhos em si, mas também em relação a tudo que faz parte desse mundo do vinho. Atualmente praticamente todas as propriedades produtores oferecem passeios, tours, degustações ou até mesmo verdadeiras experiências locais. Por exemplo, algumas vinícolas também tem a opção de quartos para que você possa se hospedar lá mesmo e também contam com restaurantes.
Alguns desses restaurantes são administrados por chefes da mais alta qualidade, proporcionando assim uma experiência completamente diferente aos seus visitantes, isso porque além da degustação, de todo aprendizado sobre o vinho, sua fabricação, armazenamento, etc., os visitantes ainda podem ter toda uma experiência gastronômica e de bem-estar, uma vez que esses quartos são equipados com as mais belas decorações e vistas do local, assim como também da região. Atualmente a gastronomia local é tão boa quanto o vinho e vice versa.
Como já dito anteriormente toda a região do Vale do Uco e também toda a província de Mendoza contam com uma imensa variedade de propriedades produtoras de vinho, mas devemos esclarecer uma coisa, ao chegar na Argentina quando você for perguntar por uma vinícola, deve se referir a ela como bodega, pois é assim que eles chamam as vinícolas por lá, de Norte a Sul do país. É estimado que somente em Mendoza, tenha mais ou menos mil e duzentas bodegas.
Uma informação importante é que os turistas devem ser prevenidos e agendar antecipadamente as suas visitas ou degustações, afinal nos últimos anos o turismo na região tem crescido muito e isso faz com que o volume de pessoas que visitam as bodegas seja cada vez maior. Para garantir a sua vaga é importar fazer um agendamento de antemão.
Algumas bodegas são mais vazias e tranquilas, já outras, no entanto, podem chegar até mesmo a ter uma lista de espera bem grande para visitação. Outro ponto é que a grande maioria dos passeios às propriedades são cobrados, mas existem sim algumas bodegas que ainda recebem visitantes sem cobrar nenhuma taxa, basta pesquisar, geralmente são propriedades menores ou mais jovens.
Há uma outra opção, algumas das vinícolas não cobram taxa de visitação ou de outros passeios, para pessoas que comprem a partir uma quantidade mínima fixada dos seus produtos, ou até mesmo quando os clientes almoçam em suas dependências. Em sua maioria as visitas têm um valor médio que vai de mais ou menos 120 até 300 pesos argentinos, são raras as propriedades que cobrem mais ou menos do que esse valor, geralmente há alguns passeios vips que podem passar da casa dos 1000 pesos argentinos, que seria equivalente no ano de 2019 a mais ou menos 61 reais.
Catena Zapata
A história dessa tradicional bodega argentina começa lá atrás no ano de 1902, quando o antepassado da família Catena, Nicola Catena vindo da Itália, iniciou sua plantação de uvas nesta região da Argentina, no início a propriedade era muito pequena e mal tinha um valor comercial, no entanto, seu filho Domingos Catena começou o processo de expansão e aperfeiçoamento de técnicas, no entanto devido às crises econômicas na Argentina, em certo ponto as coisas começaram a ficar complicados.
Apesar de todos os esforços de seus antepassados, foi na década de 90 do século passado que o atual dono, Nicolás Catena Zapata, que de fato revolucionou a história da vinícola, assim também influenciando toda a história do vinho da Argentina. Nicolas que é formado em economia, foi convidado a ser um professor por um ano na Universidade da Califórnia e então ele foi e passou um tempo na Califórnia.
Nos vinhedos de lá, na região de Napa Valley aprendeu muito e viu que os californianos eram corajosos o bastante para desafiar o vinho francês de frente. Ele ficou marcado por essa visão e então trouxe seu sonho e conhecimento de volta para seu país. Ele passou a investir muito mais na qualidade de uva e na qualidade do vinho, assim incrementou muitos métodos e aperfeiçoou os já existentes. Muitos o chamaram de louco quando ele vendeu os vinhedos que produziam vinhos de supermercado, vinhos mais baratos e de menor qualidade, pois na aquela época os argentinos acreditavam que somente esses vinhos poderiam trazer retorno financeiro.
No entanto, Nicolás seguiu sua intuição e continuou apenas com o vinhedo de vinhos finos da família, investindo na qualidade e na produção do vinho. Assim ele ainda criou um outro vinhedo, bem nos pés dos Andes, para este novo ele deu o nome de Adriana, que é sua filha mais nova, esse novo vinhedo fica na região de Tupungato e por não estar tão ao Sul é protegido das geadas, mas por estar em uma grande altitude tem o clima perfeito.
Ainda na década de 90, Nicolas plantou nada menos do que cerca de 135 novas cepas do tipo Malbec, Malbec produzidos por ele. O que viria nos próximos anos dar um boom na sua produção e colheita. Quando Nicolás começou o Malbec ainda não era tão conhecido e valorizado no mundo, foi nos anos seguintes que ele atingiu o patamar que tem hoje e muito graças à família Catena.
Atualmente o enólogo oficial da bodega Catena Zapata é o Alejandro Vigil, ele além de tudo é agrônomo e um apaixonado por vinhos e uvas. Nicolas continua trabalhando e estudando para sempre melhorar. O resultado é que a combinação dos dois produz vinhos de qualidade, deliciosos e mundialmente premiados.
Além de toda a beleza natural que se observa ao chegar na Bodega Catena Zapata, a beleza dos seus vinhedos, a beleza das montanhas dos Andes ao fundo, há também a beleza de suas instalações que foram construídas em formato de pirâmide, uma pirâmide das antigas civilizações maias, mais especificamente foi inspirada em exemplar que se encontra na Guatemala, esse exemplar se chama Templo de Tikal, é uma belíssima construção, tanto por fora, quanto por dentro é muitíssimo bonita.
Mas vamos falar sobre as visitas e tours, inicialmente é preciso dizer que na Bodega Catena Zapata existem diversos tipos diferentes de visitas, você escolhe de qual tipo gostaria de participar, existem algumas mais baratas que incluem ótimos vinhos, mas não os principais do vinhedo e existem algumas visitas do tipo premium que incluem todos os vinhos premiados da casa, a mais barata custa por volta de 24 reais e as mais caras por volta de 80 reais por pessoa, eles lhe passam o valor e as vezes pode parecer muito, mas lembre-se que a moeda da Argentina, o peso argentino tem um valor bem baixo.
As visitas seguem um roteiro pré definido que se inicia em uma sala de vídeo, onde é exibido um videozinho que conta um pouco da história da vinícola e em seguida se segue com o passeio dentro do roteiro combinado, o qual que leva as pessoas à conhecer todo o prédio, depois a sala onde ficam as barricas ou barris de vinho, depois se conhece as adegas de fato e o passeio, por fim termina na sala de degustação, quando finalmente começa-se a provar os vinhos, é tudo muito organizado e o tratamento pelos funcionários é muito bom, apesar de ser um passeio bem turístico e impessoal, sem muitas surpresas, mesmo assim, vale muito a pena pela beleza do lugar e pelos vinhos.
Os principais vinhos da bodega, os mais conhecidos e premiados são Chardonnay White Bones, Estiba e Nicolás Catena Zapata. Esses são os vinhos que todos indicam ser imperdíveis, mas consequentemente também são os mais caros e inclusos nos pacotes de maior valor. Na bodega ainda é vendido um livro sobre a história da bodega, da família e também a história de Mendoza e sua relação com o vinho, é uma aquisição muito interessante para quem passar por lá e com certeza vale a pena.
É importante saber que a adega funciona no período semanal de segunda a sábado e que as visitas devem ser agendadas, eles não atendem de última hora. Além disso, o endereço da vinícola pirâmide é Cobos sem número, 5509 Lujan de Cuyo, Mendoza. O site oficial do vinhedo é http://www.catenawines.com.
Uma curiosidade é que não existe apenas uma vinícola Bodega Zapata, mas sim 6, que ficam em diferentes lugares, as mais visitadas são a La pirâmide vineyard e a Adrianna Vineyard, esta última fica em Tupungato e é uma das unidades mais bonitas.
Clima
Considerando a Argentina como um todo o clima é bem diversificado, isso acontece em função da sua grande extensão territorial vertical e por esse motivo há padrões climáticos para diversos gostos ao longo do país. O Sul é bem frio e geralmente está coberto de neve, até mesmo no verão algumas montanhas possuem bastante neve. O Norte é quente e tem um clima altamente influenciado pelo deserto do Atacama. O centro do país tem um padrão mais de clima mais temperado ou até mesmo subtropical.
Do centro ao norte do país não é comum que acontece a incidência de neve, isso porque seus padrões climáticos são bem diferentes da região sul. No entanto, na Cordilheira dos Andes há neve o ano todo, ao menos no cume das montanhas, pois seu cume está em altitudes elevadíssimas podendo ultrapassar a casa dos 6 mil metros.
Especificamente falando do Vale do Uco, nesta região o clima que se observa na maior parte do tempo, é um clima bem ameno, nem muito frio como no Sul, nem muito quente como no Norte. A média de valores de temperatura ao longo do ano está por volta dos 15 graus Celsius, mas lembre-se que essa média ocorre por causa da grande variação que existe entre o dia e a noite. Durante o dia as temperaturas algumas vezes chegam a quase 30 graus e durante a noite podem cair para quase 0 graus Celsius.
A altitude regional, que está na casa dos 1200 mil metros contribui para amenizar as temperaturas e o efeito do seu sol constante, que está presente na grande maioria dos dias do ano, cerca de 250 dias, ele é amenizado principalmente pela brisa fresca da região.
Verão
Verão nos vinhedos é tempo de verde e de diversão, isso porque em geral os dias são todos mais quentes, com um sol bem gostoso e constante, o que inclusive contribui para os passeios de bicicleta que é tão agradável, principalmente para os turistas. Uma das vantagens que agrada muito aos visitantes é que nessa época as uvas estão nos pés, se você for passear por entre os vinhedos, algumas vezes é até mesmo possível provar direto do pé.
Inverno
No inverno o frio pode ser bem forte, não neva como no Sul, mas mesmo assim as temperaturas podem ser bem baixas, portanto, vá preparado. No mais é uma época também muito bonita e romântica para visitar as bodegas, mais próximo à Cordilheira pode haver neve, as vezes até muita neve. Uma boa opção nesta época é aproveitar as acomodações dos vinhedos e tornar a sua viagem ainda mais charmosa.
Valores
Na região de Mendoza e do Vale do Uco há passeios para todos os bolsos, desde hospedagens luxuosas a até locais mais simples, como hostels, que geralmente ficam nas cidades grandes próximas as bodegas. A não ser que você queira fazer os esportes mais radicais da região, que necessitam de treino, guias e roupas especiais, você pode perfeitamente fazer essa viagem sem gastar grandes fortunas de dinheiro, ainda mais porque a moeda argentina está em um período de desvalorização.
Na verdade, essa desvalorização já vem de alguns anos, principalmente por causa do último governo presidencial e suas más decisões políticas e econômicas, agora com o novo governo eleito para os próximos anos, nós esperamos e desejamos que os nossos vizinhos prosperem a partir de agora, afinal a América do Sul como um todo precisa de países sólidos, afinal um vizinho que prospera só pode ser bom para nós aqui no Brasil também.
Uma coisa que se deve sempre lembrar é que não devemos assustar com os valores das atrações na Argentina, é comum em um primeiro momento levar um susto, pois se alguém lhe fala que uma degustação custa 1200, você pode achar um absurdo, mas lembre-se que devemos sempre considerar a cotação em relação a moeda brasileira, quando pensamos assim vemos que na verdade essa degustação custaria por volta de 60 reais brasileiros. É indicado sempre fazer um orçamento, consultar alguns preços antes de viajar, para que não ocorram imprevistos e assim sua viagem sair com mais tranquilidade.
Como Chegar
Essa é uma das primeiras perguntas que um turista faz quando decide viajar, não é para menos, afinal é também uma das perguntas mais importantes de uma viagem. Então vamos ao ponto, saindo do Brasil você pode pegar um avião para Buenos Aires, que é a capital da Argentina, ou então você pode optar por um voo que seja direto para a cidade de Mendoza, que é a capital do estado onde está localizado o Vale do Uco.
Se você escolher ir por Buenos Aires, talvez para fazer um turismo na cidade ou algo assim, você pode pegar depois um voo doméstico (voos com linhas que vão de uma cidade a outra dentro do país) ou até mesmo alugar um carro e ir para lá pelas lindas estradas argentinas. Há muitas opções de empresas de aluguel de carro, aconselhamos que pesquise um pouco sobre a reputação e confiabilidade da empresa que escolher, assim evitará dor de cabeça e muitos contratempos.
Se você decidir ir de avião para Mendoza saindo de Buenos Aires ou do Brasil, saiba que o aeroporto da cidade é um pouco afastado da região central, mas nada demais, afinal são só 20 minutos de distância de carro e você pode optar por escolher dentre os vários meios de transporte disponível, ônibus, táxis ou carros alugados. Saindo do Brasil o trecho aéreo é oferecido por duas companhias aéreas conceituadas, a antiga Tam, atual LATAM e também a GOL Airlines.
Algumas pessoas ainda optam por uma terceira opção, que é chegar na Argentina através do Chile, isso mesmo, apesar da Argentina ser mais perto do Brasil do que o Chile, a capital do Chile que é a cidade de Santiago, é mais próxima do estado de Mendoza do que a própria Buenos Aires, portanto se você tiver uma viagem que sua rota inicial seja no Chile, vale muito a pena ir de maneira direta para a região. Outra opção é pesquisar os preços das passagens, se por acaso a passagem do Brasil para Santiago for mais barata do que do Brasil para Buenos Aires com certeza a primeira opção é mais vantajosa.
A partir de Santiago algumas pessoas optam por ir de avião até Mendoza ou até mesmo de carro alugado. Se você decidir alugar um carro por lá, primeiro é altamente indicado que consulte todas as condições de trajeto entre um país e outro e também os documentos necessários, algumas vezes a fronteira chilena pode ser bem restrita quanto à travessia de carros, eles exigem e fornecem documentos que não devem ser perdidos e apresentados sempre que pedirem.
Outro ponto são as estradas, antes de qualquer viagem, até mesmo no Brasil, cheque, pesquise, procure como são as estradas locais, pois é de segurança e da sua vida que estamos falando aqui. Procure saber qual é o nível de perigo das estradas, normalmente se fala muito bem das estradas argentinas, mas nunca se sabe, na dúvida pesquise muito, principalmente em relação ao lado Chileno, algumas paisagens pelo caminho são espetaculares, no entanto algumas estradas são perigosas.
Como Chegar- Vinícolas
Em relação as propriedades de vinho, você pode ir da maneira que desejar, no entanto há uma ressalva, a degustação de vinho não combina com direção, ou seja, se você beber você não poderá dirigir depois, é uma questão de lógica e também de lei, pois as leis argentinas são muito rígidas em relação a isso e você não quer terminar sua viagem com um problema com a justiça ou até pior.
Há passeios, como se fossem excursões que saem das cidades em direção às vinícolas, geralmente esses passeios são realizados em vans ou no máximo micro ônibus, até porque não são permitidos um grande volume de pessoas ao mesmo tempo nas bodegas. No entanto, se você desejar fazer as suas visitas de maneira particular você pode ir de duas maneiras, são elas o motorista particular ou a bicicleta.
Se você optar por um motorista particular os seus custos serão provavelmente mais altos, mas você fará tudo no seu tempo e de maneira mais individual. Pergunte nos hotéis se eles conhecem algum motorista profissional para indicar, cuidado para não cair em ofertas enganosas pelas ruas, procure alguém que seja de muita confiança.
A opção da bicicleta, é também muito interessante e muito válida, você vai se cansar um pouco mais, mas terá uma experiência completamente diferente. Se quiser uma bicicleta basta perguntar para algumas pessoas, pois em muitas localidades e estabelecimentos há alugueis de bicicleta por dia e os valores não costumam ser tão altos.
Espero que dê tudo certo e que sua viagem seja muito especial e inesquecível na melhor maneira possível. Aproveite as dicas para fazer seu planejamento e vá se divertir.