Argentina
A República da Argentina é um dos países de fronteira com o nosso Brasil. O Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai fazem fronteira com ela. É uma das maiores economias da América do Sul e apesar da crise dos últimos anos ainda oferece uma boa qualidade de vida aos seus habitantes.
De norte a sul suas paisagens vão variando imensamente devido a sua grande extensão de terra verticalmente. Os cenários vão desde as belas geleiras no extremo sul, tal como na Patagônia e na Terra do Fogo, às suas regiões com climas mais desérticos no Norte e regadas à muitos cactos e montanhas coloridas.
A moeda oficial do país é o peso Argentino, que equivale a aproximadamente 0,080 reais a cada 1 peso argentino, isso é uma estimativa, sempre consulte antes, pois o câmbio é muito variável. Sua capital administrativa é Buenos Aires que está localizada na região central do país.
Jujuy
Jujuy é uma província que está no norte da Argentina e está distante cerca de 1500 quilômetros de Buenos Aires. Essa província especificamente faz fronteira com a Bolívia e está bem perto do Paraguai.
A capital da província se chama Salta e está a mais ou menos 150 quilômetros da cidade de Jujuy, a cidade que leva o nome da região. Neste local encontra-se uma Argentina árida e até um pouco desértica com aldeias e povos que mantem suas culturas centenárias e tradições.
Na região há muitos lindos e imponentes atrativos turísticos como, por exemplo, a Quebrada de Humahuaca onde estão as montanhas de Purmamarca, as salinas argentinas que em nada perdem às famosas salinas chilenas e além de tudo, por lá ainda acontecem algumas festas típicas ao longo do ano.
Assim logo pensamos, pois então se meu destino principal é Jujuy vou pegar um avião até um país vizinho e depois seguir viagem para lá certo? Nem tanto, muitas vezes as condições das estradas de fronteira não são das melhores, sua estrutura já um pouco comprometida, o que exige que você dirija mais devagar e assim demore mais para chegar no seu destino do se seguisse por uma das autoestradas argentinas que apresentam boas condições estruturais. Por outro lado, pode ser que você pegue algumas estradas sensacionais com vistas maravilhosas, é sempre bom perguntar antes em postos turísticos ou postos de polícia, para desta maneira saber as condições atualizadas de cada local.
San Salvador de Jujuy
É uma das cidades mais importantes da província e de toda a região. É a grande rota de chegada para muitos turistas, de onde parte a maioria dos ônibus e excursões com destino às principais atrações turísticas. Essa cidade deu nome à toda a província e apesar de ser importante, na história do norte argentino, não é uma cidade grande, mesmo assim atrai muitas pessoas e é um lugar muito charmoso.
Bolívia
O nosso vizinho oficialmente se chama Estado plurinacional da Bolívia, mas para facilitar nós nos costumamos falar o nome inteiro. Esse país, além do Brasil e da Argentina, ainda faz fronteira com o Peru, com o Chile e com o Paraguai.
A história desse país é milenar, onde vivem povos há cerca de 12 mil anos, por um lado é uma história muito rica, por outro lado é uma história muito cruel, o ponto é que fazia parte do grande e imponente Império dos Incas, foi lar de muitas comunidades, foi o local onde muitas descobertas e rituais incas aconteceram, por isso tem uma carga cultural e histórica imensa, afinal os Incas foram uma das maiores e mais interessantes civilizações que já passaram pelo nosso planeta.
A parte onde a história da região começa a se complicar é quando chegaram os europeus no local, eles chegaram acabando com tudo, com todos os registros e cultura, destruíram muitos monumentos, roubaram toda a riqueza dos antigos povos e praticamente devastaram tudo, assassinaram muitas pessoas e por fim destruíram toda uma civilização, que mesmo naquela época, mais de 500 anos atrás tinha elementos mais modernos e complexos do que atualmente em 2019 temos nós.
Só pense em quantas descobertas se perderam em meio a tanta destruição, poderíamos ser mais avançados hoje, se os europeus fossem um pouco mais tolerantes com as diferenças. Um exemplo disso era que o sistema de saneamento desses povos era mais moderno do que em muitos lugares do mundo é ainda nos dias atuais.
O país permaneceu nas mãos espanholas por muitos anos, até que em 1809, declarou pôr fim a sua independência, mas não foi fácil assim conquista-la, a coroa da Espanha entrou em guerra contra os nativos e somente após 16 anos de combates que finalmente o país declarou a sua republica. A republica na Bolívia foi institucionalizada pelo senhor Simón Bolívar, por isso também o país ganhou esse nome, isso aconteceu no ano de 1825.
A população do país, gira em torno dos 10 milhões de habitantes, muito menos do que aqui no Brasil, só para uma base de comparação, sozinha a cidade de São Paulo tem um número de habitantes de aproximadamente 12 milhões de pessoas. Na Bolívia as etnias são muito diversificadas, sendo o país como um todo uma grande mistura de índios, europeus, asiáticos, africanos e muitos mestiços. Essa mistura não se vê apenas nas pessoas nas ruas, mas também no mix cultural que existe no país, assim como nas artes, na gastronomia, etc.
Cerca de 70% da população vive em áreas urbanas atualmente e o restantes nas áreas rurais ou afastadas dos centros, a concentração humana acontece principalmente nas regiões das cidades de La Paz, Santa Cruz e Cochabamba, sendo que entre elas a cidade mais populosa é Santa Cruz de La Sierra, com uma população que passa 1 milhão de habitantes.
Moeda
A moeda da Bolívia chama-se boliviano e cada 1 boliviano se divide em 100 centavos, o código da moeda é BOB. 1 boliviano é equivalente a aproximadamente 0,60 real brasileiro.
Idioma
Assim como na Argentina que foi colonizada por espanhóis, a língua oficial da Bolívia é o Espanhol, é a língua oficial, mas não quer dizer que é a única ou a língua falada por todos os seus habitantes. No país é diversos outros idiomas oficiais, a maioria são línguas indígenas, mas que como são faladas por um grande número de pessoas, são reconhecidas oficialmente, em certos lugares do país, a língua principal não é o espanhol, mas sim a língua regional.
Dentre as línguas indígenas faladas fluentemente no país, as mais comuns são a quíchua com cerca de 30% da população fluente, aimará com cerca de 20% da população fluente, o guarani, o qual cerca de 1% da população é fluente e ainda há outras línguas com menor expressividade.
Geografia
Esse país não tem região costeira, assim como o seu vizinho e nosso vizinho Paraguai, portanto o único modo que não se pode utilizar para chegar até lá é a viagem de barco marítimo. Apesar disso, em sua região terrestre é um país rico em recursos. Um dos grandes atrativos bolivianos são o Deserto do Atacama e o Salar de Uyuni, esses dois pontos sozinhos movimentam grande parte da economia do país. Ambos são locais de beleza magnifica, uma beleza única como em nenhum outro lugar do mundo é vista, por esse motivo inclusive já houveram conflitos territoriais com o seu vinho Chile, com quem a Bolívia divide o deserto do Atacama.
O ponto mais alto do país está a cerca de 6500 metros acima do nível do mar e é chamado de Nevado Sajama, mas a grande maioria da população vive nas regiões centrais do país, que são formadas por planaltos. Na fronteira com o Brasil, a Bolívia ainda tem uma parcela da Amazônia dentro de seus limites. O deserto de sal boliviano, o maior deserto de sal do mundo está localizado no sul do país, dentro dos limites da cidade de Potosí. Um outro grande ponto turístico e mítico da Bolívia é o Lago Titicaca, que fica já muito próximo da fronteira da Bolívia com o Peru, é o maior lago em toda a América do Sul no seu volume de água.
O país é mesmo não sendo tão grande em extensão territorial é um dos que contam com uma maior diversidade em climas, relevos, rochas e solos. Dentro dele você vê vulcões, montanhas com neve, floresta tropical, deserto e até os famosos chacos bolivianos, que são pantanosos na estação da chuva e desérticos na estação da seca.
Lei dos Direitos da Mãe Terra
Essa lei foi elaborada no país e confere ao meio ambiente os mesmos direitos que possuem os seres humanos, essa lei foi planejada e colocada em prática pelo governo boliviano para que os seus recursos naturais e o seu meio ambiente fossem preservados, já que o país tem uma imensa diversidade em fauna e flora, são milhares de espécies catalogadas em seu territórios e inúmeras variedades endêmicas. Se todos os países fossem assim os problemas ambientais que temos hoje seriam muito menores.
Economia e Turismo
Essas duas vertentes, a economia e o turismo na Bolívia andam de mãos dadas, desde o início da década de 90 que o turismo regional vem crescendo, tendo explodido nos anos 2000 e aumentando cada vez mais a partir de 2015. Atualmente a Bolívia, principalmente o Salar de Uyuni é dos pontos turísticos mais visitados e procurados da América do Sul, não é para menos, até porque é um dos mais bonitos também.
Nos últimos anos, nos governos de Evo Morales, o país vem se recuperando de um grande golpe econômico que sofreu nos anos 80, mesmo que a passos lentos, tem conseguido pagar suas contas junto aos órgãos internacionais e diminuir os déficits dos cofres públicos. Isso aconteceu em grande parte devido à venda de gás natural para os países vizinhos, uma vez que a Bolívia detém grandes reservas deste produto.
Uma coisa interessante é que um dos minerais mais valorizados no século XXI, o lítio está em uma grande área do território boliviano, pesquisas americanas indicam que cerca de 70% das reservas de lítio do mundo estão na Bolívia, muito bom? Nem tanto, o ponto crucial do assunto é que essas reservas estão em baixo da onde é o Salar de Uyuni e portanto, o governo não quer explorar o local e sua beleza espetacular para fins econômicos, uma vez que o lugar impulsiona também todo o turismo do país. O governo procura outras formas de extrair o material sem causar danos ao meio ambiente, mas até o momento não teve muito sucesso na área.
Uyuni
Muitas pessoas não sabem, mas Uyuni não é somente o nome do deserto, mas é também o nome da cidade que é uma das principais entradas para o deserto de sal. Ela é uma cidade muito pequena e sem muitas atrações, é para quem vai conhecer o deserto e apenas isso. Apesar de ser uma cidadezinha bem pequena, ela gira em torno do turismo da região, por este motivo as opções de acomodações e de lugares para comer são muitas, um ponto positivo para o local. As hospedagens cabem em todos os bolsos, tem lugares para quem procura por conforto e também para quem deseja algo mais barato.
O lugar mais central da cidade é a praça Acre, todo o resto gira em torno deste lugar, por lá tem de tudo, opções de lugares para comer, para dormir, bancos, caixas eletrônicos, agências de turismo, lojas de artesanato, etc. Se você não está familiarizado com a alimentação local boliviana não se preocupe, pois em Uyuni você encontra comida para todos os gostos.
Salar de Uyuni
O salar de Uyuni o que falar deste magnifico ponto turístico natural. O maior deserto de sal do mundo é a atração que cada vez mais, turistas do mundo inteiro tem procurado para se divertir. O seu contraste com o deserto do Atacama é incrível, a imensidão branca é inigualável, mais lindo ainda fica quando chove e o local reflete o céu e você já nem consegue mais saber o que é um e o que é outro, a vista é incrível, as pessoas tentam descrever e nós poderíamos passar horas falando das qualidades, mas acredite nada que se diga realmente chega aos pés desse lugar visto pessoalmente.
O lugar é o que vemos hoje, pois ali onde está o deserto há cerca de milhares de anos atrás existia um lago que secou e quando secou deixou cerca de 11000 quilômetros quadrados de área com deposito de sal somados à beleza das ilhas de cactos. Um dos principais componentes da vida selvagem desse lugar são os famosos flamingos rosas, que aprecem principalmente nos meses do verão, quando no local se formam lagos através de alguma precipitação que pode ocorrer e dos derretimentos das geleiras andinas, geralmente nesta época é comum que se formem lagos de cerca de 30 cm de altura em alguns lugares sobre o sal, é quando se encontra os famosos espelhos se solo e céu que se vê nas fotos.
Uma curiosidade sobre o local é que é um dos únicos pontos da Terra que pode ser visto do espaço, quando os astronautas foram para a lua pela primeira vez eles registraram que realmente a grandiosidade do salar é universal.
É estimado que a profundidade da do salar seja de cerca de 120 metros que se misturam entre a salmoura e um barro lacustre. A composição do deserto, além de rica em lítio, também é rica em potássio, boro e de magnésio.
Como Ir De Jujuy Para Uyni?
Existem algumas opções diferentes para você fazer essa rota, pode ser de trem, de ônibus, de carro, de avião, de excursão, seja lá como for, fique atento às nossas dicas a seguir.
Ônibus: De ônibus inicialmente você deve embarcar na cidade de San Salvador de Jujuy e ir até a cidade de La Quiaca, geralmente as linhas saem a cada 1 hora e dependendo do ônibus e do horário, os valores podem variar entre 21 e 95 reais brasileiros, a viagem demora por volta de 5 horas.
Quando chegar em La Quiaca você pode fazer o percurso a pé ou de táxi (são cerca de 2 quilômetros) até Villazón, onde irá pegar o próximo ônibus em direção à Uyuni, neste momento você irá cruzar a fronteire da Argentina com a Bolívia. Esse ônibus sai apenas duas vezes por dia da rodoviária, então consulte os horários com antecedência. Ele custa por volta de 30 reais e em boas condições de estrada chega ao destino em 6 horas e 30 minutos.
Onibus e Trem: Você pode fazer o trajeto saindo de San Salvador de Jujuy pegando um ônibus até La Quiaca, o trecho demora cerca de 5 horas para ser percorrido. Chegando em La Quiaca você deve atravessar a fronteira da Argentina com a Bolívia, pode ser de táxi e então na primeira cidade boliviana Villazón, você pega um trem até a cidade de Uyuni, esse trem só sai 4 vezes por semana, então é bom consultar com antecedência os horários, além disso, ele demora mais que o ônibus, mas em compensação costuma ser mais barato.
Carro: Para ir de carro particular de um país a outro, quando você sair de San Salvador de Jujuy deve seguir até a cidade de La Quiaca, mas antes vai passar por Purmamarca, depois pela cidade de Tilcara, depois por Humuhuaca até chegar em La Quiaca, o bom é que você pode ir parando pelo caminho, ir observando os pontos turísticos e as belíssimas paisagens com mais calma. Ao cruzar a fronteira você deve seguir até a cidade de Uyuni, no caminho passara por diversas cidadezinhas.
A distância entre o seu local de saída e o seu destino é de cerca de 590 quilômetros e um tempo estimado de quase 9 horas de viagem, é indicado que pare no caminho para poder descansar, algumas estradas podem ser perigosas, devido às suas altitudes e muitos precipícios então é bom estar descansado, não corra por essas estradas, no mais é uma bela vista e o asfalto costuma ser bom.
Avião: Você pode pegar um avião de Salta até La paz na Bolívia e de lá sair em direção à cidade de Uyuni, no entanto, esse provavelmente vai ser o meio mais caro de locomoção na grande maioria das vezes.
Qual a Melhor Forma De Transporte?
Isso vai depender de você, do seu espirito aventureiro, do seu dinheiro, do seu tempo disponível e da sua vontade, o que pode ser melhor para um grupo, pode não ser para outro, o importante é que você analise todas as informações e decida o que prefere fazer de acordo com seus recursos e suas vontades.
Dicas Importantes
Se for viajar de carro não se esqueça de abastecer o veículo sempre que ver um posto de gasolina, posse ser que você viaje centenas de quilômetros ser ver um posto e acabe ficando sem nada, portanto, melhor do que remediar é prevenir, então não dê chance ao acaso.
Para viajar de carro dentro dos países do MERCOSUL é preciso carteira de motorista válida, um documento RG ou passaporte, um seguro do carro, consulte no país antes de sair ou ao alugar o carro, e o mais importante tenha os documentos do veículo e do aluguel com você, com uma autorização para dirigir o carro. O seguro se chama seguro carta verde e exigido para andar pelo Mercosul.
Quando você passar pela fronteira eles vão emitir um documento de que você está autorizado a dirigir no país, não perca o documento pois se não o carro não sai da fronteira, você vai embora e o carro fica.
Para viajar nessas estradas é indicado que o carro seja 4×4, pois alguns trechos são pesados. Leve um bom kit de ferramentas e até uma roda extra, tenha um galão de combustível se caso precisar ir em algum lugar buscar. É obrigatório ter no mínimo 2 triângulos, kit primeiros socorros e extintor de incêndio. Faça também uma revisão no carro de antemão.
Antes de sair sempre baixe o maps do percurso com antecedência para em caso de falta de internet não ficar na mão. Uma indicação de um bom aplicativo de celular para isso é o Wickloc.