Reserva Ecológica do Lago de Cuniã

A Reserva Ecológica de Cuniã está situada em uma margem do rio Madeira, em Porto Velho, Roraima. Ocupa área de quase 56 mil hectares. A principal marca da reserva está no lado, considerado exuberante e de beleza singular. Ao redor estão localizados os moradores que auxiliam no sentido de manter o local longe de degradações artificiais, isto é, causadas pela ação humana.

Cheia do Lago Cuniã

Nos momentos em que acontece a cheia o acesso somente pode acontece via fluvial, sendo que são sete horas de lancha de Porto Velho. Durante as temperaturas quentes do ano o nível dos rios e igarapés diminui, ao passo que os igapós ficam secos. Quem parte de Cuniã e utiliza a trilha que possui cerca de doze quilômetros, partindo de São Carlos do Jamari, que representa outra comunidade apoiada pelo NAPRA (Grupo de Apoio à População Ribeirinha da Amazônia).

Cheia do Lago Cuniã

Cheia do Lago Cuniã

População da Reserva Ecológica de Cuniã

De acordo com informações do NAPRA, grande parte da população está composta por migrantes de origem nordestinas que chegaram à região no sentido de trabalhar nos seringais. Também existe parcela da população com origem indígena, principalmente com membros da etnia Mura. Embora estejam na região há longos anos, na década de oitenta do século XX a região foi ameaçada em virar reservas de proteção integral, na qual estaria proibida a habitação em toda extensão do lago. Depois das lutas constantes no sentido de permanecerem no local as populações fizeram com que acontecesse a conversão para reserva extrativista, ou seja, unidades de conservação com incumbência de implantar desenvolvimento sustentável no sentido de garantir a existência dos populares.

Especialistas apontam que por causa do histórico de lutas populares com resultados positivos em níveis consideráveis, a comunidade de Cuniã está entre as mais organizadas do rio Madeira, cujo símbolo está na própria organização que representa os moradores: Associação de Moradores de Cuniã – ASMOCUN. De acordo com NAPRA existe cerca de noventa famílias que habitam a reserva. Grande parte das casas está construída por madeira, sendo que algumas residências estão construídas com alvenaria. Neves, Silva Lopes Araújo, Pupunhas e Araçá são os quatros núcleos situados ao redor do Cuniã. Entre os núcleos o transporte acontece via embarcações de porte pequeno com motores que podem chegar a no máximo 13HP, sendo que a maioria dos populares utiliza canoas sem motor.

Infraestrutura da Reserva Ecológica do Lago Cuniã

Não se pode ignorar o fato que a infraestrutura da região é considerada moderna se comprara com as existentes em outras comunidades populares que possuem o apoio direto da NAFRA. Interessante notar que não existe distribuição pública de energia. Neste sentido os moradores demandam de geradores particulares que funcionam entre duas a cinco casas. A energia funciona somente entre algumas horas do dia, normalmente entre 19h e 21h. Existem quatro poços cartesianos instalados, sendo que alguma parte dos moradores utiliza a água do próprio lado ao consumo próprio. Vale ressaltar que a comunicação entre os residentes acontecer de maneira dificultosa. Existe somente um telefone público situado no núcleo Silva Lopes Araújo. A antena que funciona com conexão remota à internet representa outra importante ferramenta de comunicação que está disponível os moradores. A administração do local acontece de maneira direta pelo Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade, órgão público que possui a missão de administrar todas as unidades de conservação que existem no Brasil. A deterioração da saúde também existe no Lago Cuniã. O único posto de saúde se encontra em estado de calamidade pública. Está instalado em um prédio de madeira que possui risco de cair em consequência da base denegrida, composta por madeira e não com infraestrutura de alvenaria.

Infraestrutura da Reserva Ecológica do Lago Cuniã

Infraestrutura da Reserva Ecológica do Lago Cuniã

Interessante notar que no sentido de evitar com que aconteçam doenças sexualmente transmissíveis existem abastecimentos de preservativos, cloro ao tratamento da água e medicamente básico. Medicamentos básicos e cloro para o tratamento da água também são distribuídos de maneira gratuita à população. Não se pode ignorar o fato de que nos períodos de secas os acessos fluviais estão prejudicados. Por este motivo a equipe pode ficar por meses sem contrato com a população no sentido de implantar ações de prevenções ou mesmo tratar das mais diversas doenças que podem acontecer com os seres humanos. A educação às crianças e adultos em Cuniã também possui diversos tipos de limitações. De certa forma existe número de professores inferiores para a demanda da média de estudantes. No ano de 2009 apenas cinco professores lecionaram para alunos do ensino fundamental e médio, sendo que somente três deles possuem nível superior. Ou seja, além de não existirem profissionais disponíveis, alguma parte dos que trabalham não possuem capacitação em nível pedagógico para atura como professor. Neste sentido, a estrutura também possui deficientes consideráveis no que tange o espaço para salas de aula. Existem turmas que precisam assistir aulas na associação comunitária; ou mesmo na capela da igreja.

A Economia da Região está Baseada em:

  • 01: Pesca para venda e consumo;
  • 02: Extrativismo do açaí e da castanha para venda e consumo;
  • 03: Extração de diversas outras frutas da floresta para consumo;
  • 04: Agricultura de mandioca e banana;
  • 05: Produção de farinha para venda e consumo;
  • 06: Caça somente para autoconsumo, na maioria dos casos.

O transporte de mercadoria está entre os mais difíceis de serem feitos entre as comunidades que existem no entorno no rio Madeira. Existem menos compradores das produções feitas pelas populações locais, sendo que os valores pagos normalmente são inferiores do que o cobrado por outras regiões em níveis mercadológicos. Por causa das dificuldades no mercado as pequenas famílias produzem no sentido de estimular o autoconsumo. Interessante notar que todos os produtos comercializados são controlados pelo Instituto Chico Mendes. Todos os pontos devem estar acordados com o Planejo de Manejo da RESEX. Este ponto se faz necessário para que não aconteçam explorações dos produtos que estão sendo comercializados. Nos momentos de seca os pescadores recebem o seguro defesa, programa estipulado pelo MTE no sentido de oferecer subterfúgios. Grande parte das famílias recebe o Bolsa Família, que representa ajuda de origem substancial e com cunho indispensável na manutenção da vida das famílias em si.

Artigo escrito por Renato Duarte Plantier

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Categoria(s) do artigo:
Ecoturismo

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